domingo, 25 de outubro de 2009

Saramago meta-se lá agora com os irmãos muçulmanos

O povo português, maioritariamente católico, é tolerante e de brandos costumes. Foi com alguma perplexidade e compaixão que os católicos portugueses reagiram à “atitude senil” de Saramago de proferir uma série de ofensas à religião católica.

Mas o mais triste do espectáculo de blasfémias e ordinarices oferecido por Saramago foi a atitude sardónica e boçal da plateia que o escutava, batendo efusivamente palmas e soltando gargalhadas.

Saramago, que se deve ter em conta como um homem cheio de coragem e valente, deveria experimentar criticar do mesmo modo o Alcorão, para ver como é que os nossos irmãos muçulmanos iriam reagir à provocação.

Coisa rara

O monárquico Raul Castro foi eleito presidente da Camara de Leiria pelo PS

Saramago vai para Espanha



Pessoalmente, posso afirmá-lo, nunca gostei de Saramago. Não gosto. Não perfilho as suas ideias, não gosto do modo de escrever nem do que escreve. Cada um pode ter as ideias que quiser e tem o direito de as defender, pois estamos num Estado de Direito, o que não pode é ofender ninguém com o direito que lhe dá a Constituição de poder falar e ter ideias e defendê-las. Isso é que não.
Com o livro O Memorial do Convento, Saramago feriu susceptibilidades particularmente graves para a Igreja Católica e esta teve ocasião de lhe responder na devida altura, criticando a sua forma de abordagem de um tema que é particularmente grato aos cristãos. Mas não foi o único livro onde Saramago fez críticas à Igreja. O livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo, foi outro atentado contra a Igreja Católica e contra os cristãos. A interpretação de Saramago é absolutamente inócua, desajustada e ridícula. Só pode ter sentido na sua mente. O ser ateu ou ser simplesmente contra a Igreja Católica não são bem a mesma coisa. Eu até aceito o facto de qualquer pessoa poder ser ateu, mas que fique com o seu ateísmo e não se meta com mais ninguém.


A verdade é que Saramago tem feito da religião católica o seu cavalo de batalha e sempre que lhe dão oportunidade carrega forte e feio na igreja católica. É incompreensível tal atitude. E não pode pensar que por ter sido prémio Nobel lhe é permitido dizer tudo o que pensa, porque não pode ou pelo menos não deve. Além de ser criticado por todos ou quase todos, tal facto torna quase irrelevante o prémio que recebeu.


Como se tudo isto não bastasse, teve o desplante de, uma vez mais, atirar-se contra a religião católica ao afirmar que a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana e Deus um ser cruel, autoritário, mau, desumano etc., etc.. Mas afinal o que é isto? Como se isto não bastasse, ainda acrescentou que os cristãos não se zangam comigo porque eles até nem lêem a Bíblia, os judeus é que podem zangar-se. Não se zangam os cristãos? Porquê? São burros? Então diz mal do livro sagrado dos cristãos, o livro que é a base de toda a doutrina da igreja, o livro por onde todos os cristãos se seguem e identificam e ainda pensa que os cristãos não se zangam? Mas que mentalidade tão pérfida é esta que se permite pensar e dizer tais atrocidades e calúnias e chamar analfabetos religiosos aos cristãos? Sinceramente! Isto já é demais.


Eu até concordo com o facto de ele dizer que os cristãos não lêem a Bíblia. Sim, a grande maioria não lê, o que não significa que pode dizer que o livro sagrado é um manual de maus costumes. Eu sou católico, tenho a Bíblia em casa, já a li e não encontrei nenhuma doutrina de maus costumes. A interpretação de cada livro é feita de modo diverso por cada um que o lê, mas seja qual for a análise e a conclusão a que se chegue, não se pode impunemente chamar nomes perversos ao seu autor ou aos que pensam de modo diferente. A Bíblia foi escrita há muitos anos, atravessou gerações, viveu crises mundiais, crises dentro mesmo da própria igreja, mas sobreviveu a tudo e a todos e nunca foi negada por ninguém nem tão pouco alguém acusou os cristãos de analfabetismo ou fanatismo por seguirem a doutrina católica e acreditar em Deus, ser superior, criador de todo o Universo. Alguns puseram em dúvida os dogmas da igreja católica e até criticaram alguns abusos dos seus ministros. Ao longo dos séculos, muitas foram as acusações, não propriamente à igreja, mas a algumas actuações que teve o clero. A Bíblia nunca foi posta em causa, nem sequer pelos protestantes, nos tempos mais acesos da Reforma.


Na igreja católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia. Mas senhor Saramago, não é preciso ler a Bíblia para perceber as ofensas que está a fazer aos cristãos ao dizer que a Bíblia é um livro de maus costumes e que Deus é cruel e mau. Como se atreve a fazer tais acusações e a rebaixar ao grau mais ínfimo a dignidade dos cristãos, do seu livro sagrado e do seu Deus? Com que direito? Será que é um iluminado? Quem lhe deu tal iluminação? É um ser superior aos outros? Será que quer ser um novo deus? De que religião? Francamente!
Estou deveras indignado com tudo isto. Não sei como é possível acontecer impunemente uma coisa destas. Já qualquer pessoa pode dizer tudo o que quer e pensa, acusar e denegrir qualquer um, sem que nada lhe aconteça? Em que país estamos nós?


Sempre me ensinaram que a educação, a honestidade, o respeito pelo próximo e a responsabilidade, são atributos que toda a pessoa de bem deve ter. Pois bem, pelos vistos nenhum destes atributos tem o nosso prémio Nobel, já que a falta de educação é visível no modo como critica a Bíblia e os cristãos, não tem respeito pelo próximo já que o seu próximo é um cristão e quanto a responsabilidade, parece-me que uma pessoa responsável nunca teria a ousadia de dizer o que disse mesmo que não concordasse com o que está escrito na Bíblia. Eu admito que ele não goste, que não seja católico, que não perfilhe qualquer religião, que não acredite em Deus, mas que não chame nomes aos que acreditam, nem os subalternize a uma ignorância que não têm ou a um fanatismo que não professam. Basta Saramago!


Boletim de Trabalhos Históricos e Alfredo Pimenta



Para os que queiram conhecer mais e melhor as variadas facetas de um dos maiores vultos da Cultura portuguesa, Mestre Alfredo Pimenta, aqui fica o link do Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, onde podem e devem descarregar os ficheiros em pdf!
Alfredo Pimenta (1882-1950), escritor, historiador foi uma das personalidades mais polémicas do meio cultural português da primeira metade do século XX. Formado em Direito, e com uma intervenção marcante na vida política nacional, foi nas lides literárias que se distinguiu. Deixou uma extensa bibliografia, onde abundam estudos de filosofia política, história, crítica e poesia. Foi colaborador de numerosos jornais e revistas nacionais e estrangeiras.Destacou-se também como pensador contra-revolucionário. Vindo do Anarquismo, acaba Católico Tradicionalista e Monárquico. Homem de rupturas, gerou à sua volta poucos consensos e muitos desconsensos.

Entrevista com José Campos de Sousa - O Cantautor Nacionalista



José Campos e Sousa Nasceu em Lisboa, no dia 25 de Maio de 1947 Foi membro fundador da Banda do Casaco, É fundador do grupo In Nomine[com Manuela Telles da Gama, Filipa Galvão Telles e António Moreira da Silva](Quando o Fado é Oração -Missa em Fado, músicas da sua autoria e textos da Missa católica) editado pela BMG em 1995.


-Caro Campos e Sousa, « Rodrigamente Cantando» é o seu último trabalho publicado. Uma homenagem ao bardo dos nossos dias e do Nosso Portugal — o nosso muito Rodrigo Emílio. Euterpes coroando Apolo. Pode ser esta a leitura da homenagem?


Euterpes é a Musa da Poesia. Nunca me entenderia no feminino. Também não vejo o Rodrigo a gostar da comparação com Apolo…


-Em toda a sua carreira musical (após a « Banda do Casaco») , o Rodrigo nunca esteve ausente. A que ponto a eufonia e a prosódia «rodriguística» foram para si importantes? E a empatia cultural, também pesou? E a amizade?


A Amizade com o Rodrigo veio depois de ter conhecido alguma da sua poesia. Musicá-lo não é difícil, pois é ele que me dá muitas e muitas vezes, através das palavras que usa e do modo como joga com elas – o ritmo e até a melodia adequados aos seus versos.


O Rodrigo tinha também uma muito boa formação musical que estava sempre presente na sua poesia. A música fluía assim por todas as razões expostas e também por uma grande comunhão de ideias, gostos, sensibilidades, educação. Digo comunhão e não sobreposição!


-Conte-nos um pouco das noites de trabalho com o Rodrigo, à volta da famosa mesa da sala do Campos Sousa. O Rodrigo a trabalhar consigo era tão exigente como para os seus próprios poemas? E a formação pianística e musical do Rodrigo ajudava, ou não?


A mesa continua na sala e a poesia do Rodrigo continua à minha disposição. Só que até ontem eu podia também contar com o Rodrigo em pessoa . Trabalhávamos com base em poemas já feitos por ele que chegavam à nossa mesa de trabalho quase sempre depois de um jantar cá em casa…
Perante um grande poema que por causa da música tinha que ser adaptado, o Rodrigo sempre me deu carta branca. No fim sujeitava tudo ao seu critério. Ele sempre aprovou.
Quanto a exigências – tinha-mo-las os dois.


-A capa do disco apresenta-nos um jovem Rodrigo fardado, «poeta que se vestiu de soldado». O Campos e Sousa também se vestiu de soldado. A sua Cruz de Guerra atesta o valor da dádiva à Pátria. Esta comunhão de combatentes foi importante para o vosso entrosamento? E o exílio que ambos sofreram?


Houve uma razão muito especial para eu querer aquela fotografia do Rodrigo na capa do CD. Em boa verdade, até mais do que uma! A explicação imediata poderão lê-la no desdobrável que acompanha o disco e que contém todos os poemas e textos por mim utilizados.


A outra razão tem que ver com o facto de eu ter conhecido o Rodrigo através dos seus textos e poemas publicados na antologia por ele preparada «Vestiram-se os Poetas de Soldados». O Rodrigo sempre foi as duas coisas, poeta e soldado. Uma das imagens que guardo dele é dos dias 10 de Junho, junto ao Monumento aos Mortos pela Pátria na Guerra do Ultramar: o Rodrigo com a boina castanha do exército (que nós usamos na qualidade de antigos combatentes) e com a sua produção poética bem junto à barriga, segura por um dos braços – um Luís de Camões a salvar os Lusíadas … Ele nunca, mas nunca se separava dos seus poemas.


-Insisto. A fotografia escolhida por si e pelo Vítor Luís para a capa não terá um significado mais profundo? Não quer ela dizer que o Rodrigo foi sempre o jovem, que gostava de estar no meio dos jovens, prodigalizando alegremente os seus sermões, apagando-se para que a nova geração pudesse brilhar e trilhar os seus caminhos? «Vocês são do século XXI, eu sou do século XX», dizia ele repetidas vezes…


O Vítor Luís aparece no projecto, naturalmente, e por um sem número de razões: era amigo do Rodrigo. Foi responsável por capas de alguns dos seus livros, nomeadamente pelos «Poemas de Braço ao Alto». Tem uma sensibilidade de artista e uma estética muito ao meu gosto. Tem um enorme sentido de humor. É um grande amigo meu que gosta do que eu faço (desde que eu cante nos registos baixos! – diz ele).


O Vítor Luís trabalhou militantemente nesta capa. Este CD é também dele. Gostava de mencionar igualmente os nomes de António Rangel, Bernardo Albuquerque Couto, Carlos Solano de Almeida, José de Mello Manoel e Manuel Lourenço, que também tornaram possível o CD.


-Outro factor de comunhão entre o Campos e Sousa e o Rodrigo Emílio era o vosso comum amor às culturas portuguesa e francesa. Em toda a sua música regista-se o amor e influência do fado e dos bardos de língua francesa, Reggianni, Brassens, Brel, Edith Piaf, Charles Aznavour… Também isso ajudou? E o vosso comum catolicismo e misticismo? E o casamento entre a tradição e a modernidade, tão caro ao Rodrigo?


Sou o mais novo de 4 irmãos (três raparigas). No nosso tempo, mas principalmente no das irmãs mais velhas, a grande cultura era a francesa. Os discos de música ligeira que entravam em casa eram de música francesa. Eu, do alto dos meus 8/9 anos limitava-me a ouvir. Todos nós passámos pelo Liceu Francês.
Logicamente, fui influenciado pela cultura francesa.


Na minha área sempre achei que, em termos de qualidade de texto e de interpretação, os franceses ou francófonos eram os maiores. Lembro o Férré, o Brel, o Reggianni, o Brassens — e ainda o Moustaki e o Aznavour, ligeiramente mais comerciais.


Foi esta qualidade poética e a preocupação que estes intérpretes tinham com as palavras que naturalmente transpus para a minha realidade quando aconteceu começar a editar…


Afinal, o meu gosto pelo que é bom só me tem trazido problemas de sobrevivência musical – portuguesmente falando: é este o meu Fado!


-É conhecida a sua comunhão com a poesia e os poetas. Dezenas e dezenas deles foram e são por si cantados. Considera-se um liseur e um diseur da Poesia, um trovador dos nossos dias?


Considero-me somente um apaixonado da Poesia, principalmente a portuguesa que é a que mais conheço. Sou por isso um leitor e um intérprete de poesia – ou trovador.


-A Música, o que é? Palavra ou notas musicais? Ou posto de outra forma: o que precede a criação? A música ou o poema?


Falo por mim: a música é uma forma de expressão que traduz sentimentos de todos os géneros – a música é transversal, está em todo o lado: numa estátua, num quadro, numa paisagem, num momento de amor, num momento de raiva, na dor, na escuridão, na luz, na poesia, no mar, e até no silêncio…


Com as palavras passa-se exactamente o mesmo. De todo o modo e no meu caso pessoal, acho as palavras mais importantes do que a música, pois elas são a minha fonte de inspiração.


Vários cantores (ou cançonetistas) afirmam veementemente que a língua portuguesa não «serve para cantar», por isso optam pelos inglesismos. No entanto Portugal tem um repositório de extraordinários poetas em quantidade e qualidade nada despicientes. A sua «arma» é a língua. A prosódia da língua portuguesa é real?


Também sou adepto dos inglesismos, e dos francesismos, e dos espanholismos, e dos italianismos, desde que bons.


Dizer que a língua portuguesa «não serve para cantar» é quase um crime de lesa pátria , revelador de um total desconhecimento.


Felizmente temos em Portugal muita gente a cantar boa poesia portuguesa.


-Falemos agora da sua carreira. O Campos e Sousa é um inovador. Trouxe para o fado o violoncelo, o contrabaixo, os bardos franceses. Trouxe agora a nossa gaita de foles. No seu disco «Em Pessoa», trouxe-nos a sempre juvenil e cristalina voz de Maria Germana Tânger. Porquê esta tão apaixonante e apaixonada busca de outros sons, outros caminhos? Hoje muitos o imitam e esquecem o inovador. Sente-se injustiçado?


Nem por sombras me considero um inovador. Violoncelos, flautas, oboés, pianos, etc., fazem parte dos meus gostos musicais – muito influenciados pela música dita clássica que ouvia em minha casa – nesse tempo em que não havia televisão. Ou seja, até aos meus 14/15 anos, no tempo da minha avó Manuela, pianista excepcional.


Enfim, outros tempos…


Quanto a justiça, esta quase nunca é do nosso tempo, mas é sempre feita pelo tempo.


-A poesia, não o neguemos, é a sua inspiração. Por que quis cantar poetas nacionalistas como António Sardinha, Alfredo Pimenta, Fernando Pessoa, Couto Viana, Rodrigo Emílio — para não falar em Camões, «esse perigoso fascista»?


Gosto de Portugal. Tenho um orgulho imenso no seu passado. Vibro com os feitos dos seus heróis. Pasmo com a aventura dos descobrimentos.


Claro que o meu percurso de compositor/intérprete tem que passar por esses poetas. A lista está felizmente muito incompleta.


-No «Navio Feiticeiro», de Alfredo Pimenta, é feita uma interrogação ao mar, ao homem português, ou melhor, ao Eu Nacional? Por que escolheu esse poema?


Muito mais do que uma interrogação, o «Navio Feiticeiro» de Alfredo Pimenta é uma constatação.
Um quadro desolador, na altura em que o poeta fez o poema.


Um quadro desolador, muitos e muitos anos depois, na altura em que o compositor o musicou.
Fica uma réstea de esperança que nos põe sempre a nós, portugueses, sentados na praia «à espera de um navio que uma tarde há-de chegar».


É bom pela esperança. É mau pelo conformismo.


Este poema, aliás, chegou-me pela mão do Rodrigo Emílio, que me propôs que o musicasse e interpretasse numa sessão comemorativa, salvo erro no centenário do nascimento de Alfredo Pimenta.


-O «Mar Português», de Fernando Pessoa, que você compôs com arranjos para orquestra e coro, é um momento musical único. Que nos pode dizer sobre esta peça musical?


Infelizmente nunca tive a oportunidade de ouvir a versão do «Mar Português», tal como descrita nesta pergunta.


Quanto ao poema, o facto de o ter musicado fala por si. É um dos momentos altos da «Mensagem», onde se glorifica, não determinado herói, mas todo um povo anónimo, que batalhou, que sofreu, que matou, que morreu, que chorou, que rezou «para que fosses nosso, ó mar» ou, como eu canto em crioulo: «Pa bu ser di nôs, ó mar».


Este poema, que vesti com a minha música, é de facto um dos momentos altos da «Mensagem».


-Cantou também João Conde Veiga (curiosamente falecido no mesmo dia do Rodrigo, e com poucas horas de diferença), Miguel Torga, Diogo Pacheco de Amorim, António Nobre, Branca de Gonta Colaço, António Tinoco, Vasco Teles da Gama, Vasco Graça Moura, Fernando Tavares Rodrigues, Cesário Verde, e tantos outros. Mas também o sublime l’italien. E Brasillach. É uma plêiade de autores. Quais foram as razões?
Então e o David Mourão Ferreira? Então e o Pedro Homem de Mello? Então e o Dinis Diogo, responsável pela minha «Fonte do Tempo»?


Esta coisa de falar em nomes é ingrata pois fica sempre alguém de fora.


Posso dar mil e uma razões para ter musicado cada um destes poetas. Mas existem efectivamente denominadores comuns: todos escrevem bem. Todos têm de algum modo a ver com a minha sensibilidade, seja no amor a Deus, seja no amor à Pátria, seja no amor ao Rei, seja no amor ao amor. Sendo que alguns acumulam mesmo vários destes amores.


Já que falamos no João Conde Veiga, posso dizer-lhe que a primeira vez que o li foi em Moçambique, em plena comissão de serviço militar. «Não fugi à guerra, não fui p’ra Paris, não fugi da terra, não traí o povo – eu fui ao combate debaixo do sol. E voltei de novo….»


Este poema lido na altura certa, e no sítio certo, tornou as minhas certezas ainda mais certas e ajudou-me a passar 30 meses de Império.
Paz à sua alma!


Quanto a Brasillach e aos seus «Poémes de Fresnes» fiquei apaixonado pelo dramatismo de toda a situação – pela grandeza do homem perante a morte e fiquei revoltado por terem fuzilado um poeta.


O «L’Italien» vem-me dos meus amores de juventude pela música francesa e também pela voz de Reggianni.
Nunca cantou poetas como o Goulart Nogueira, Herberto Helder, Ezra Pound, António Navarro, Amândio César…


É verdade, nunca os cantei. Sinto alguma mágoa, principalmente em relação ao Goulart Nogueira. Estou à espera de uma compilação feita pelo Rodrigo e pelo Luís António Serra para fazer um pouco de justiça ao poeta.


-Há na sua obra duas influências fundamentais: o Fado e a música francesa. Já nos disse porquê, mas eu insisto: por que persiste nessas referências que parecem estar fora de moda?


Pois! É absolutamente natural que o fado faça parte do meu universo musical. Além de português, nasci em Lisboa. Não sou um fadista. Gosto do fado. Acho que o fado é acima de tudo um sentimento, um estado de espírito e uma filosofia de vida. E não é fadista quem quer.


O fado não encerra um estilo musical definido. Quando dizem que o fado tem regras, discordo, se essas regras querem dizer espartilhos.


Quanto à importância da cultura francesa e pelo facto de ainda hoje ela se fazer sentir no meu trabalho, posso dizer-lhe várias coisas. É certo que nos tempos que vão correndo tudo é muito mais anglo-saxónico-americano – parece um endereço de email , mas não é – estamos na época do fastfood , a comida de plástico a que os próprios americanos chamam «junk food» (lixo). Hamburgers, pizzas, donuts, tudo regado com uma boa coca-cola, colheita do ano…


Se em termos gastronómicos as coisas se passam assim, em termos culturais não é diferente – fast culture, why not?!


O tempo, sempre bom conselheiro, voltará a pôr tudo em seu sítio. Mantenho assim a minha postura, que é como quem diz: mantenho as minhas raízes, muito portuguesas.


-Concorda com a ideia por alguns expendida de que o fado e a balada francesa têm em comum uma base trovadoresca e não somente árabe ou berbere?


Nada nasce de geração espontânea. O que aparece hoje é sempre fruto do que houve ontem, mesmo que pareça completamente inovador. Sim, existe uma base árabe no fado. Sim, há uma componente trovadoresca. E felizmente até aos dias de hoje não nos ficámos por aqui.


O-s descobrimentos trouxeram a influência africana, a brasileira, etc., e antes disso, a celta. Será legítimo excluir os celtas das nossas raízes musicais?


E antes?… E depois?…


-Um aspecto curioso da sua obra, e julgo que único na música portuguesa, é a sua missa em fado. Um trabalho notável com direito ao silêncio e falta de reconhecimento a nível intelectual, a nível das elites e se calhar a nível popular. Quando lhe surgiu esta inovação? E o seu «Pai Nosso» para quarteto de cordas e barítono?


A Missa em fado, com-direito-ao-silêncio, é um capítulo extraordinariamente importante da minha vida musical – gostaria de o tratar isoladamente. Apenas alguma informação: o meu grupo «In Nomine», actualmente constituído pela Manuela Teles da Gama, Filipa Galvão Telles, Bernardo Albuquerque Couto e por mim, toca todos os terceiros domingos de cada mês na Igreja do Sacramento, ao Largo do Carmo, em Lisboa, às 18 horas.


Fica o convite para que, pelo menos uma vez, venham ouvir a Missa em Fado.


-Quanto ao Pai Nosso, aliás «Pater Noster», está à espera do tal barítono que o queira cantar – fica o convite…
Sendo um músico autodidacta com um sentir profundamente religioso, você canta o erotismo — o erotismo no seu esplendor em contraposição à pornografia. Foi isso que o levou a cantar as «Rendas Pretas», de Fernando Tavares Rodrigues?


Fernando Tavares Rodrigues é uma das minhas referências na poesia erótica. Outra é David Mourão Ferreira. É claro que sendo homem felizmente heterossexual – sou extremamente sensível ao feminino, e o feminino é e será eternamente fascinante: um olhar furtivo, um tom de voz, um perfume, um gesto, um ar assustado, uma lágrima, uma frase, um momento… e obviamente, umas rendas pretas…


O presidente de uma grande editora discográfica e filho de um enorme Poeta «acusa-o» de ser um autor/cantor excepcional e um péssimo gestor de carreira.


-Acho que já tinha ouvido isso em qualquer lado… Não concordo com o adjectivo de gestor . Cheira-me a mercantilismo – cheira-me a cedências e a consensos, a politicamente correcto e, por estranho que pareça, cheira-me a a água pura (incolor, insípida e inodora!).


Ainda bem que geri mal a minha carreira.


Foi graças a isso que conheci pessoalmente, entre outros (por ordem alfabética): António Manuel Couto Viana, António Marques Bessa, António Tinoco, David Mourão Ferreira, Diogo Pacheco de Amorim, Fernando Tavares Rodrigues, José Alberto Boavida (Dinis Diogo), Luís Sá Cunha, Rodrigo Emílio, Vasco Graça Moura e Vasco Teles da Gama.


A todos eles e aos outros todos devo a minha música.


-E não podíamos terminar sem voltar ao nosso Rodrigo Emílio. Para onde quer que me volto só ouço amigos a dizerem: «o Rodrigo faz-me muita falta». Passa-se o mesmo consigo?


Sim. Faz-me falta. Mas consigo ultrapassar isso… Por exemplo, nestes últimos seis meses, grande parte da minha vida musical foi canalizada para o «Rodrigamente Cantando». Fiquei a conhecer ainda melhor o Rodrigo Emílio, conhecendo ainda melhor a Tera, sua Mulher, os filhos Constança, Gonçalo e Rodrigo, a sua Mãe Margarida e as duas irmãs. É uma maneira de estar com ele.


Para todos os que lhe sentem a falta tenho um conselho: LEIAM-NO!


-Última pergunta: o Rodrigo adorava o «L’ éxilé» de Reggianni. Ouvia-o sempre no mais respeitoso silêncio. Apesar de dizer que não era náufrago de um tempo passado. No entanto o Campos e Sousa nunca o cantou. Porquê?


Não me lembro de ter ouvido «L’Éxilé» de Reggianni. Mea culpa. É uma falha que rapidamente resolverei pois tenho toda a
sua obra discográfica.

sábado, 10 de outubro de 2009

O que vou fazer depois de votar

Fiz isso quando votei PP a ver se tirava o Socrates do poder , vamos lá ver se vamos ver se o meu voto conta para tirar o Magalhães

Doutrina monárquica



Carta do Tenente-Coronel Mouzinho de Albuquerque ao Príncipe Real Dom Luís Filipe


"De vontade e vontade de ferro precisará Vossa Alteza no duro mister para que Deus o destinou. Houve Reis, meu Senhor, que para desgraça dos seus povos adormeceram no trono em cujos degraus haviam nascido e nesse dormir esqueceram a missão que lhes cumpria desempenhar."

Por favor amanhã votem em consiencia

"A comunicação na CEC
Publicada por Tiago Laranjeiro em 1:41
Guimarães 2012 tem um orçamento de cerca de 8 milhões de euros para a comunicação e publicidade do evento. É muito dinheiro, ainda que seja uma percentagem que me parece adequada. Ao que me disseram, haverá um concurso internacional para decidir a quem caberá tratar do assunto.Não passei pelo CCVF ontem, na apresentação do projecto, mas segundo me disseram o aparato foi imenso. O objectivo seria conseguir impacto nos convidados, o que foi conseguido. A comunicação esteve a cargo da F5C, First Consulting Group. Trata-se de uma empresa recente, com exactamente dois anos de existência mas com um interessante trabalho. Segundo a Meios & Publicidade é, a par da LPM, a principal agência de comunicação a trabalhar com o PS/Governo. À frente desta empresa está João Tocha, um reconhecido profissional do meio. Segundo consta, a empresa já está no terreno, isto é, por aqui/aí, a monitorizar, acompanhar, medir e assessorar."

fonte mater matuta

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Monarquia do Norte - Tomai Lá Ralé Publicanos 4

Os esquerdistas tambem levaram banhada na musica folk da vontade de rir



Parece sem duvida que que a formação musical Setima Legião foi e será um dos marcos da musica folk nacional, e sem duvida não há duvidas disso.
A nivel musical a forma como eles misturama o pop com o folk a busca das sonoridades luso galaicas, a busca constantes da terra e do mar e agora é vão ser elas.
Tomem agora e engolam.


As letras desta GRANDE BANDA eram de teor Monarquico Nacionalista e ainda por cima iam tocar á Festa do Avante.


Nunca mais me esquece que durante a primeira leição para o Parlemento Europeu em que concorreo o grande Miguel Esteves Cardoso pelo PPM esta banda participou em todas as acções de campanha e no qual os comicios iam ao rubro quando se ouvia dizer que “a bandeira azul e branca vai retornar ao mar” não é ia é vai.


Antes que me esqueça sabem que José Afonso tem um album com musicas dedicadas inteiramente com letras escritas por partidarios de D.Miguel coisa rara vinda por um cantautor de esquerda que por acaso até tenho uma grande estima, mas o mais castiço é que goza com a monarquia liberal, estranho devez enquando os esquerdistas querem se armar em finos e são burros.


PS: Eu sei que alguem vai mandar vir ou vai por um comentario por causa do português incorrecto, é só para avisar que é escrito prositadamente.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Atenção vai Sair Nova Caderneta


Nova Coleção

Cromo Raro sai para possivelmente entrar outro Raro o repetido fica :)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Donde deriva a palavra republica perante o meu ponto de vista

Ralé + Publica = Républica

Ralé= Adjectivo: chu.lo masculino, Próprio de ralé; grosseiro; rústico; soez; lascivo. Substantivo: grosseiro, ordinário ou rude. rufião e ordinário que vive à custa de mulheres, de uma forma geral prostitutas, aquele que se aproveita da ingenuidade de outrém, para lhe pedir ou retirar dinheiro

Publica: Substantivo: Que pertence ao povo

Acho que isto se aplica aos dias de hoje

Tomai Lá Ralé Publicanos - 3






























Desta vez foi em Guimarães a primeira da Monarquia assim como a ultima.

Até Chorei...
Mas é assim ...
Como disse o Capitão Costa Pinto no Levantamento de Monsanto:
Viva a Monarquia Seus Filhos da Puta!!!!!
PS: Quem engoliu a carapuça é bem feito






UM LAMENTO

Isto Sim no Berço da Monarquia a Bandeira Azul e Branca Hasteada , pois fiquem sabendo Guimarães foi a primeira cidade da Monarquia e a ultima a deixar do o SER e só teve que ser á força de armas devido a um filho da mãe que até tem nome de rua Mariano Felgueiras, agora mesmo na ralé publica um assassino e só em Guimarães e ainda por cima heroi republicano é adorado pois da-se um prémio a quem adivinhar o nome, já agora doou o espolio dele á biblioteca municipal.

Mas que grande coragem deste infantes, enquanto alguns andam em jantaradas e touradas a recordar glorias passadas o povo luta, coloca as bandeiras do descontentamento, espera um D. Sebastião na Pessoa de D.Duarte que se acomodado no seu canto.
E um PPM nas mãos de uns fadistas bacocos, que querem ser Reis, enquanto podiam usar o fado para puxar mais almas para a luta que é a monarquia.
Não Esquecer uma Nova Monarquia que foi o ultimo baluarte de defesa da causa Monárquica e no qual o seu fundador passou ao oxtrassismo.

A monarquia sim deve passar por uma luta não com armas, mas sim com a mudança de mentalidades, a começar com o povo que sempre ao longo da historia defendeu os seus Reis e a sua Nação, mas azar temos uma Rei.
D. Duarte ACORDE OS SINAIS ESTÃO DADOS... AGORA FOI GUIMARÃES O LOCAL AONDE NASCEU ESTE BONITO PORTUGAL.

O 5 de Outubro não foi a Republica foi sim o Tratado de Zamora o que Criou Portugal.
Quem o escreve foi o Grão Mestre da ALA
Bem Hajam

Será do SIS ou dos que me chamam CROMO

O ponto mais baixo da República

Hoje esta República não vai a enterrar, mas quase. Tem 99 anos e está a cair da tripeça. Sem direito a discurso de um Presidente cercado, atingimos o ponto mais baixo do regime, por acção de socialistas, republicanos e laicos. Depois não se queixem

Paulo Pinto Mascarenhas

Cavaco não discursa no 5 de Outubro

Ao contrário do que é habitual, Cavaco Silva não vai discursar no 5 de Outubro. A cerimónia de comemoração da implantação da República não se irá realizar este ano nos mesmos moldes devido à proximidade das eleições autárquicas, que se realizam a 11 de Outubro. Sobre a ausência, o líder do BE, Francisco Louçã, disse ontem que considerava "normal" que o Presidente "falasse no dia da República". Além da Implantação da República, ontem foi também a vez de a monarquia comentar o caso das escutas, com D. Duarte Pio a dizer: "se observarmos as monarquias actuais, não encontro casos deste género". O monarca afirmou ainda que o 'caso das escutas' cria "instabilidade e falta de confiança" nas instituições, o que constitui um "perigoso inconveniente" para a coesão do País.

fonte - Diario de Noticias 26 de Setembro

Cagão...

Tomai lá Ralé Publicanos - 2

Um dia triste para um Intregalista

Hoje a quando liguei a televisão a seguir ao almoço fiquei pasmado, como tenho vindo a ficar nos últimos tempos, a Causa Monárquica organizou uma manifestação legal num governo ilegal, pois em Janeiro, um socialista chamado António Costa mandou tirar a verdadeira bandeira portuguesa do Largo de Camões da sede desta organização,a alegando princípios estéticos, sitio aonde ela esteve sempre hasteada durante 99 anos e muitas das vezes vandalizada, roubada e queimada pela classe ralé publicana.

Mas vamos ao que interessa, a quem morder hoje e com estamos na republica e na comemoração da sua implantação ilegal por meia dúzia de criminosos chamados de carbonaria pois está mais que provado que a a maior parte da maçonaria se desmarcou vamos a isso.

Portugal no fundo é uma republica sem duvida, que dentro de uns tempos se pode considerar das bananas e dou Justificação para isso pois em 48 anos não se passou nada disso, e vivemos no fundo numa republica, e muito menos na monarquia seja ela constitucional ou tradicionalista, mas o que interessa é actualmente.

O Sr. Presidente da Republica veio fazer uma declaração confusa á televisão, na passada terça feira, ou seja no meu ponto de vista de medo, mas sim de medo, pois se fosse um Rei não mostrava medo pois não tem telhados de vidro, não tem nada a dever a partidos políticos, é neutro, o seu único partido é a NAÇÃO.

O povo do nosso querido pais pelo menos 75% quando vota para as legislativas, vota para um parlamento, não para um primeiro ministro, mas os burrinhos que foram instruídos a seguir a merda do 25 de Abril de 1974 pelo Chulo do Mário Soares que estavam a votar num Primeiro Ministro acataram isto como um acto de uso capião, ok e sempre assim, eticamente o Presidente da Republica convida o Líder do partido mais votado para formar governo mas isso não pode acontecer, pois ele pode convidar quem quer que seja até o Zé Ninguém que passe na rua nesse momento.

Mas como os Socialistas nunca tiveram vergonha na cara, e sempre fizeram as coisas a seu bel prazer e saírem impunes , e criaram um clima de medo, censura dissimulada, medo, ou seja eu como nacionalista tenho vergonha de viver no Pais governado por Sócrates, e continuo a dizer um socialista no cemitério, mas isso é outra coisa.

Se fosse na Monarquia, o dito Pseudo Engenheiro José Sócrates devido as suspeições que nele estão expostas nunca era convidado, segundo, o falecido Rei D. Carlos e o Rei D. Manuel II sempre disseram prefiro que um governo caia a criar um clima de suspeição e no qual custou a vida ao primeiro devido á nomeação de João Franco e ao seu governo de Ditadura que no qual caso não se saiba estava na constituição ou seja o que agora se chama um governo de gestão, alem disso se formos a ver durante toda a monarquia liberal todos podiam andar a porrada, mas nenhum deles foi acusado de roubar o estado pelo contrario o estado tinha dinheiro, era a integridade em pessoa, sem duvida o estado ficou pobre durante a 1ª Republica, o dinheiro era tanto que não o souberam gerir, simplesmente acabou.

Mas continuando, acerca da integridade, mas como podemos ver uma coisa destas, se existe corrupção nos círculos de cima o mesmo se passa em baixo e é transmitido ás autarquias com vários casos, Avelino Ferreira Torres, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras etc., pois é preciso ficar a saber que durante a monarquia os concelhos eram o garante da nação e por isso é que se costumava dizer durante a idade media os Homens Bons do Concelho alguma coisa quer dizer.

No fundo servir politicamente a nação na monarquia é uma honra, devido á estabilidade pois o Rei é neutro, pois o Rei não manda o Rei Reina, tem os mesmos poderes de um Presidente da Republica e ainda mais que ao contrario deste que pode ser um barrete, o Rei é preparado para desempenhar o seu cargo.

Agora estão me a fazer a pergunta e se o Rei for burro?

Simples, Portugal ao contrario das restantes Monarquias europeias o Rei é Aclamado não Proclamado ou seja tem que haver consenso em cortes para que seja Rei não Obrigatoriamente o seu filho primeiro (é assim que se diz) mas pode ser o seu filho segundo, como um bastardo ou um irmão ou um tio tem que ser capaz e mais se não for capaz é destituído de funções mas não perdendo o titulo de Rei mas Cortes designam um Regente a Titulo de Rei.

Por se acaso se houver destituição do Presidente da Republica é Golpe de Estado e esta.

MENSAGEM DO UM INTREGALISTA NESTE DIA TRISTE DE LUTO

Hoje a quando liguei a televisão a seguir ao almoço fiquei pasmado, como tenho vindo a ficar nos últimos tempos, a Causa Monárquica organizou uma manifestação legal num governo ilegal, pois em Janeiro, um socialista chamado António Costa mandou tirar a verdadeira bandeira portuguesa do Largo de Camões da sede desta organização,a alegando princípios estéticos, sitio aonde ela esteve sempre hasteada durante 99 anos e muitas das vezes vandalizada, roubada e queimada pela classe ralé publicana.



Mas vamos ao que interessa, a quem morder hoje e com estamos na republica e na comemoração da sua implantação ilegal por meia duzia de criminosos chamados de carbonaria pois está maiks que probado que a a maior parte da maçonaria se desmarcou vamos a isso

domingo, 4 de outubro de 2009

Real, Real, por D. Duarte El Rei de Portugal

A verdadeira dinastia
Sua Magestade D. Duarte Nuno Pio de Bragança
descendente
de
Sua Magestade D. Miguel de Bragança

Voltar á normalidade depois de um pouco de euforia





Prontos agora já que um determinado amigo meu, meteu a cabeça no frigorífico, e tomou as “gotas”, o Cão de Fila volta á luta com o seu verdadeiro escritor

Amanhã é o 5 de Outubro e o Cão de Fila estará de Luto, como todos sabem eu sou monárquico, com as minhas tendências a fugir para o Salazarismo, mas Monárquico.

Depois do meu colega ter malhado nos esquerdistas, eu cá vou cair não sei aonde, logo verei, mas uma coisa é certa, eu ponho a mão no fogo por aquele rapaz e no fim de uma determinada pessoa ter posto em causa os propósitos dele eu posso considera-lo meu inimigo pessoal, e quando digo isto é a serio.

Vamos começar então a ter ai o verdadeiro Cão de Fila.
Faz hoje 8 dias o PS levou uma derrota entre aspas, tendo vencido no fundo foi uma derrota, pois estão a rir com esta afirmação.
Politica Nacional:
È simples quando se estava agarrado ao poder e ele escapa-se nos entre os dedos e se tem que contar com os outros é lixado, pois no meio disto tudo antigamente a culpa era do governo agora é do parlamento. O que me deixa mais lixado é que a nossa crise politica e económica já existe desde o 25 de Abril de 1974 e no fundo este senhor chamado Sócrates vai deixar cair o governo na primeira oportunidade pois como toda a gente sabe o PSD como de costume anda ás turras, o CDS ainda não é para já uma força politica forte e os restantes partidos de esquerda mantêm-se como estão, ou seja a merda muda mas o cheiro continua o mesmo. Se fosse numa monarquia havia mais estabilidade, ponham os olhos nos outros só não peço uma ditadura, porque não existe uma figura e não tenho confiança no PNR.
Corre a boca para que o PS tivesse muita gente nos seus comícios para as legislativas pagava 20€ as pessoas para ouvir os discurso utópicos daquela escumalha se é verdade ou não, não o sei mas que ontem o o comício da candidata á câmara do Porto estava meio cheio estava e contava com a presença de um tal senhor que tem o nome de um filosofo grego ou romano, talvez romeno com o seu ar de cigano.
Sr. Presidente da Republica devia levar tau-tau então o PS na pessoa do seu secretario geral que no qual também é Primeiro Ministro arma bronca e não o demite, que eu saiba não o precisa de o chamar para Primeiro Ministro chame outro do PS está no seu direito, outro foram embora por menos.
Mas no fundo vamos lá ver se o PS não se esquece do seu fundamento ediologico fundado por Marx nesta legislatura.
Politica Local:
Mais um caso de cunhas na cidade de Guimarães mas por acaso esta é boa e tenho que levantar o chapéu ao Dr. António Magalhães a transferencia do Vítor Oliveira do CiberCentro para o Centro de Ciencia Viva sem duvida uma pessoa competente.
Outra coisa de se lhe tirar o Chapéu o Largo do Carmo está lindo, mas do escarro da Mumadona não se livra, vamos lá ver o que vai fazer no Toural.
A Anedota que corre na Cidade: António Magalhães mandou tirar as pombas do Toural pois sempre que ele passava ouvia sempre Cucurrupto.
Um aviso á oposição. Nem deviam concorrer pois as viagem que ofereceu aos velhinhos mais as jantaradas etc. ganha pela maioria.
PS: Atenção os postes foram apagados mas não foram esquecidos os proximos podem conter nomes locais e ameaças pessoais.

sábado, 3 de outubro de 2009

TOMAI LÁ RALÉ PUBLICANOS!!!!!!



O 5 de Outubro de 1910, Portugal teve 16 anos de uma I Republica que se denominada “Parlamentar”, que pressupunha ser Democrática; na verdade houve inúmeros atentados, crises governativas constantes e por conseguinte uma grande instabilidade política.


Sucedeu-lhe a Ditadura Militar que durou de 1926 a 1933 e neste ano, foi promulgada e levada a Referendo (a única Constituição Republicana levada a Referendo, curiosamente) a Constituição da II Republica que daria início ao denominado “Estado Novo”, que não foi mais do que a Ditadura Conservadora que durou durante 48 anos. Criou estabilidade política, Teve um forte crescimento económico nos seus últimos anos nisso foi um facto.


Seguiu-lhe com a Revolução do 25 de Abril de 1974, algo verdadeiramente espantoso. O sector económico, em grande parte foi nacionalizado e muitas fábricas, herdades e pequenas propriedades foram ocupadas, logo em 1975. O País mergulhou no caos, de um lado o Partido Comunista e a UDP e do outro, a frente dos que queriam uma Democracia de carácter ocidental. Na verdade, a Constituição que foi aprovada em 1976, ainda manteve até 1982 o chamado Conselho da Revolução. E só depois da sua abolição, é que Portugal caminhou, efectivamente, para uma Democracia. Regime este, no qual vivemos e ao qual lhe falta uma visão estratégica global para Portugal enfrentar os desafios do futuro.
A política de abandono das antigas Províncias Ultramarinas, sem qualquer proveito para Portugal, demonstra desde logo, que os que tomaram o poder após a queda da II Republica, começaram logo por acabar com o orgulho em se ser Português. Não tiveram a visão suficiente para evitar danos materiais irreparáveis para inúmeras famílias portuguesas que viveram em África. Não tiveram a visão suficiente para auxiliar condignamente todos aqueles que regressaram do campo de batalha e que ainda hoje sofrem com essa falta de atenção, que é revoltante em termos humanos.
Por outro lado, a nível político, temos um sistema semi-presidencialista que permite ao Presidente da Republica se intrometer e dar opiniões pessoais ou tomar decisões pessoais sobre políticas governativas. Ao contrário do que alguns defendem, não tem havido uma verdadeira estabilidade Política em Portugal desde há muitos anos. Cada governo que se sucede é tanto ou pior que o seu antecessor. Quando o Partido Socialista ganha as eleições, destrói o que o Partido Social – Democrata fez enquanto governo, e vice-versa. Isto é um regime de “bola de ping pong”. Acusam-se uns aos outros dos problemas de Portugal, mas não conseguem reconhecer que de ambos os lados cometeram-se erros muito graves.
Portugal não tem praticamente economia. Vive dos serviços e dos subsídios vindos da União Europeia. Portugal não produz a nível agrícola, de uma forma competitiva e inteligente. Portugal não tem uma frota pesqueira para competir com as outras frotas pesqueiras da União Europeia. Vivemos da pesca artesanal. A nível escolar, as sucessivas reformas na educação, não fizeram mais do que agravar o problema. Concordo com a avaliação dos Professores assim como concordo com a avaliação de todos os trabalhadores seja na função pública ou privada. Não é só durante o tempo que somos estudantes que devemos ser avaliados, é também profissionalmente. É algo perfeitamente normal.
Este regime permite que os Sindicatos, que acho bem que existam, tenham influências político-partidárias. Os Sindicatos não devem servir os interesses partidários. Devem servir os interesses dos trabalhadores e portanto devem ser totalmente independentes! De modo a que, em consciência possam convocar uma greve, não porque convém ao partido A, B ou C, mas porque é realmente do interesse dos trabalhadores como sendo um acto justo de protesto. O mesmo para as manifestações.
Com tudo isto, temos um crescimento económico reduzido e um endividamento externo assustador. Queremos, pelas sondagens, tendo em conta que estamos num período eleitoral, continuar neste caminho. O caminho do facilitismo nas escolas, o caminho das grandes obras públicas – “obras de país rico a cobrir realidades de terceiro mundo”, citando Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte de Bragança.
Fazendo uma avaliação concreta a este, quase, I Centenário da Republica ou da Proclamação da Republica (os republicanos ainda não se decidiram, qual dos dois devem festejar; se for o primeiro terão que engolir 48 anos de Ditadura!!, o que para eles é muito mau, porque segundo eles, a Democracia confunde-se com a Republica; estranho por terem havido durante o século XX e ainda hoje em alguns países do Mundo, republica autoritária que violam diariamente os direitos humanos), devo dizer que só o facto de nunca ter havido um Referendo sobre a questão Monarquia ou Republica, já de si, é uma imposição constitucional, verdadeiramente inaceitável, isto se Portugal realmente se considera estar dotado de um regime democrático e livre. Por outro lado, ao ver Portugal cada vez mais com casos de corrupção, suspeitas de escutas ao mais alto nível do Estado, processos judiciais que nunca acabam ou quando acabam, os poderosos são presos “sob pena suspensa” (alguém me explique o que é isto)… Só podem, de facto, estar a brincar, com o Povo Português, contribuinte deste sistema político.


Por tudo isto, concordo com a frase do Senhor Dom Duarte: “Se o 5 Outubro tivesse sido útil para o País, não era preciso fazer-se o 25 de Abril”. Querendo dizer com isto, que obviamente a interrupção da Monarquia Constitucional foi a causa de todo o nosso atraso e que a I Republica foi a origem principal da Ditadura de Salazar e Caetano – a II Republica. Recuperar a “velha ética republicana”, com origens no primeiro sistema constitucional republicano, é algo de errado, profundamente anti-patriótico, e com claras tendências iberistas. É bom lembrar que a actual bandeira nacional, quando foi aprovada, não tinha o significado que muitos no tempo de Salazar aprenderam nas Escolas. O significado inicial do verde-rubro era e é, que o verde significaria Portugal e o rubro Espanha, sendo a parte maior da bandeira. E, portanto, a ideia desta bandeira seria provocar a queda da Monarquia Espanhola e colocar Portugal à frente de uma Republica Federal Ibérica com muitos maçons a comandarem os destinos da Ibéria. Não esqueçamos as diligências do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, Magalhães Lima, a Londres, para procurar evitar a todo o custo, o casamento do Rei Dom Manuel II com uma Princesa da Casa Real Britânica. Não esqueçamos também as N conspirações desse senhor contra a Monarquia, fora de Portugal e só regressou depois da Republica ter sido proclamada! Mas também não esqueçamos que, o Duque de Connaught, Grão – Mestre da Maçonaria Inglesa, irmão do Rei Jorge V, foi de facto quem conseguiu impedir o Casamento de Dom Manuel II, depois de uma delegação republicana ter ido a Londres, a Downing Street perguntar aos Governantes Britânicos qual seria a posição Britânica relativamente à hipótese de uma Republica em Portugal. A Aliada Britânica foi clara, afirmando que a Aliança com Portugal não era uma aliança de Dinastias mas uma aliança de povos, descansando os republicanos, portanto!


A Monarquia Portuguesa foi interrompida, não só graças ao Regicídio que vitimou um Grande Rei e um Promissor Príncipe Herdeiro, mas também caiu graças aos conspiradores e ambiciosos Monárquicos que alguns até se juntaram aos republicanos já durante a Republica e ocuparam cargos importantes, desde o Congresso Republicano até outros cargos de importância. Um Monárquico até foi Presidente da Republica, o Almirante Canto e Castro. A Monarquia também caiu devido a inúmeras conspirações da Maçonaria, naquela época. O que estou a dizer, não é nada de novo. Há diversos livros que falam disso!


Portanto, finalizando, a Republica Portuguesa, no seu todo, com 16 anos de anarquia, mas não com 48 de ditadura e 35 sem um projecto galvanizador e unificador da sociedade portuguesa e com todos estes “casos”, não creio que dure muito mais tempo. É tempo dos Monárquicos mostrarem aos Portugueses que uma Monarquia , é a melhor solução para combater as graves crises, éticas, morais, económica, social, etc… de que o País padece.


VIVA O REI!
VIVA PORTUGAL!


VIVA A MONARQUIA SEUS FILHOS DA PUTA!


Ai estão uma serie de mensagens para chatear os republicanos :)

Caros camaradas,

No seguimento destas mensagens , em que o 5 de Outubro se aproxima, e que cada vez me se sinto cada vez mais enojado de viver numa republica das bananas, mostro sem duvidas dois Heróis monárquicos com H grande, para que a corja republicana carbonaria e maçónica veja de quanto de cobarde vocês são feitos e para verem como levaram o pais á desgraça e ainda por cima fazem homenagem a a assassinos.

Peço desculpa aos meus amigos nacionalistas devido a que estes dois grandes homens terem tomado atitudes contraditorias contra o Professor Oliveira Salazar, mas o amor deles por Portugal e pela Monarquia, no meu ponto de vista tiveram levaram-los a tomar estas acções, pois se decerto fossem vivos no 25 de Abril de 1974 tomavam armas contra aqueles cabrões que levaram á ruína o nosso amado Pais.

Mas como vou berrar bem alto no 5 de Outubro.

Viva a Monarquia seus Filhos da Puta...


PS: Já agora Falangista como é que descobristes isto, o grão mestre não mete aqui bedelho ...

Monarquia do Norte - 1919



Decreto da Junta Governativa do Reino de Portugal (1919)
Presidência da Junta Governativa
Decreto nº 8
Interpretando o sentimento nacional, expresso pelas ardentes acclamações do Exercito de terra e mar e pelo Povo Portuguez; considerando que a acclamação de S. M. El Rei o Senhor Dom Manoel II importa o reconhecimento e a aceitação das leis constitucionaes do Reino, que o mesmo Augusto Senhor jurou cumprir e guardar e que são a base fundamental da organisação monarchica do Estado Portuguez; attendendo á conveniencia e necessidade de definir os direitos e os deveres de todos os cidadãos portuguezes, annullando e revogando as leis republicanas que respeitam á constituição política do Estado, a Junta Governativa do Reino, em nome d'El Rei, ha por bem decretar o seguinte:
Artigo 1º - É abolido em Portugal e seus Domínios o regímen republicano e restabelecido a Monarchia Representativa.
Artigo 2º - Entra immediatamente em vigor a Carta Constitucional da Monarchia Portugueza de 29 de Abril de 1826 e as reformas constitucionaes promulgadas até 4 de Outubro de 1910.
Artigo 3º - É restaurada a Dymnastia da Sereníssima Casa de Bragança na Pessoa de Seu Augusto Representante Sua Magestade El Rei o Senhor Dom Manoel II.
Artigo 4º - O poder legislativo e executivo pertence provisoriamente á Junta Governativa do Reino.
Artigo 5º - Fica revogada toda a legislação em contrario, e especialmente todas as leis constitucionaes da republica.
Os ministros e os secretarios de estado de todas as repartições o façam publicar e cumprir como n'elle se contém.


Porto e Paços da Junta Governativa do Reino, 20 de Janeiro de 1919
Henrique de Paiva Couceiro
António Sollari Allegro
Visconde do Banho
Luiz Cypriano Coelho de Magalhães
Conde de Azevedo

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Henrique Mitchell de Paiva Couceiro - Um Heroi esquecido



Henrique Mitchell de Paiva Couceiro (Lisboa, 30 de Dezembro de 1861 — Lisboa, 11 de Fevereiro de 1944) foi um militar, administrador colonial e político português. Cobriu-se de glória nas campanhas de ocupação colonial em Moçambique e em Angola e notabilizou-se como inspirador das chamadas incursões monárquicas contra a Primeira República Portuguesa em 1911, 1912 e 1919. Presidiu ao governo da chamada Monarquia do Norte, de 19 de Janeiro a 13 de Fevereiro de 1919, na qual colaboraram activamente os integralistas lusitanos Luís de Almeida Braga (seu secretário) e António Sardinha, bem como Pequito Rebelo e Hipólito Raposo na tentativa do Monsanto, em Lisboa. A dedicação monárquica e a sua proximidade aos princípios do Integralismo Lusitano, conduziu-o diversas vezes ao exílio, antes e depois da instituição do Estado Novo.

Joaquim de Paiva Cabral Couceiro, oficial de engenharia militar do Exército Português, e de Helena Isabel Teresa Mitchell, uma protestante irlandesa convertida ao catolicismo. Destinado a fazer a carreira das armas, fez estudos preparatórios em Lisboa, tendo ingressado na Escola do Exército, onde concluiu o curso de Cavalaria.
Foi apoiante de João Franco.
Oficial de cavalaria, em 1889 cobriu-se de glória em Hampata, Angola, e em 1890 foi agraciado com a Ordem da Torre e Espada.
Ajudante de campo do comissário régio em Moçambique, António Enes, teve acção notável nos combates de Marracuene e Magul contra as forças angunes do régulo Gungunhana, sendo em 1896 por isso proclamado benemérito da Pátria.
Nomeado Governador de Angola em 1907, manteve-se no cargo até 1909, realizando um vasto plano de obras de fomento. Comandou as campanhas militares de pacificação das regiões de Cuamato e dos Dembos.
Comandou a incursão monárquica de 1911, participou na de 1912 e em 1919 proclamou a Monarquia do Norte, de curta duração. Pelas incursões feitas e pela sua fidelidade monárquica ficou conhecido O Paladino.
Foi exilado pelo salazarismo, depois de criticar publicamente a política colonial do regime.
O Hastear da Bandeira em Monsanto, 1919

"Viva A Monaquiarquia Filhos da Puta" - Capitão Julio Costa Pinto Heroi de Monsanto


Capitão Julio Costa Pinto

Cai nas mãos da cambada. Defende-se com loucura, à espadeirada. Um Oficial Superior da Armada (o Comandante Afonso de Cerqueira) olha para aquela valentia quase sobrenatural, reconhece quem é e intervém. Exige aos seus homens e à turba respeito pelo “herói de África”, conforme invoca. “Este homem é um valente! Tem direito à nossa consideração!”. Vai ao encontro de Costa Pinto; toma a iniciativa militarmente inusitada de ser ele (Capitão de Fragata) a prestar continência ao Capitão; não aceita a espada que o outro lhe estende. E um cavalheiro. Como aliás com Ayres de Ornellas e João de Azevedo Coutinho, a quem também rende continência e trata com a maior deferência.
Mas Costa Pinto desvaira. Parte a espada e espezinha-a no chão:

“Só serviu o Rei!”.

(24 de Janeiro de 2009)

Demitido de Oficial do Exército quando Tenente de Infantaria, em 1911, “a bem dos superiores interesses da República”, conforme a folha oficial (apesar de proposto em 1910 para a Torre e Espada, pelo seu desempenho heróico em combate no Sul de Angola); readmitido em 1919 como Capitão, por escassos dias, pela Junta Governativa do Reino, aquando da Monarquia do Norte, e, óbvio, restituído à situação anterior logo de seguida. Foi a sua brevíssima reaparição em uniforme: para combate. Apresentava-se pois socialmente apenas com os apelidos, sem alusão a patente alguma. E nunca requereu a reintegração, como por mais de uma vez lhe foi oferecido no Estado Novo.

Todavia, ficou para quase toda a gente, até morrer, “o Capitão Costa Pinto”, dados o passado em África, a valentia que o celebrizou nos combates em Monsanto e a atitude estóica e indomável com que suportou, dali até ao Arsenal de Marinha, as vaias e múltiplas agressões do “povo unido”. Depois de estar montado a cavalo 48 horas, quase sem comer, agarra-se a uma metralhadora e cobre com ela, até esgotar as munições, a retirada dos seus homens. Usa então a pistola e conta os tiros. Já estavam a metros as forças da Marinha e, sobretudo, a massa ululante do “poder popular” do tempo… Reservara o último tiro para ele. Senta-se num tronco de árvore, aponta à têmpora e dispara. Mas, espantosamente, o fulminante não percutiu !

Cai nas mãos da cambada. Defende-se com loucura, à espadeirada. Um Oficial Superior da Armada (o Comandante Afonso de Cerqueira) olha para aquela valentia quase sobrenatural, reconhece quem é e intervém. Exige aos seus homens e à turba respeito pelo “herói de África”, conforme invoca. “Este homem é um valente! Tem direito à nossa consideração!”. Vai ao encontro de Costa Pinto; toma a iniciativa militarmente inusitada de ser ele (Capitão de Fragata) a prestar continência ao Capitão; não aceita a espada que o outro lhe estende. E um cavalheiro. Como aliás com Ayres de Ornellas e João de Azevedo Coutinho, a quem também rende continência e trata com a maior deferência.
Mas Costa Pinto desvaira. Parte a espada e espezinha-a no chão:-”Só serviu o Rei!”. O poder popular (a alfurja, os rufiões de navalha e os vadios, a roupa suja e o hálito de bagaço) excita-se e grita-lhe: -”Viva a República!”. Numa temeridade absurda, ele atira-se ao murro e a pontapé a toda essa gente: -”Viva a Monarquia, seus filhos da puta”. Ficou enlouquecido de fúria. Não ouve apelos. Parece que, exímio jogador de “savate”, dava pontapés monumentais. Por fim foi dominado, é claro. Por um bom bocado o Comandante Afonso de Cerqueira perde o controlo da situação. O prisioneiro jaz por terra, espancado e golpeado na cabeça, na cara, no peito e nas costas. Cerqueira logra por fim, com forte risco para si próprio, entregá-lo a uma escolta de 1 Cabo da Armada e mais 3 Praças de baionetas caladas, mandando que o levem para o Arsenal, com ordens rigorosas para o defenderem até lá chegar.

Já na Baixa, num destroço e com a farda esfarrapada, em sinal de desprezo o Capitão cuspia sobre a multidão enfurecida o sangue que lhe enchia a boca, insensível aos apelos da pequena escolta, ela própria apavorada apesar das suas espingardas de baionetas caladas. Pedia-lhe o Cabo, que tentava abraçá-lo para o cobrir das agressões e que ia levando pancada pelo meio:
-”Ó senhor Capitão, ao menos não olhe assim para eles !” Ele redarguia-lhe, todo a escorrer sangue:
-”E como é que vocemecê, que é um homem de bem como estou a ver quer que eu olhe para esta canalha ?!”
O bom do Cabo tinha razão. As miradas do Capitão reflectiam um desprezo sem descrição, que destrambelhava a turba.
A multidão berrava-lhe: - “Viva a República!”. Ele, rouquíssimo, respondia:
- “Viva a Monarquia!”. Por fim, já não logrando emitir um som de voz, distribuía amplos “manguitos” para todos os lados…

Conseguiram enfim metê-lo no Arsenal, onde os Oficiais de Marinha presentes, republicanos segundo ele me disse, o resguardaram todavia com a maior urbanidade. Mas houve necessidade de transferi-lo logo para bordo de um navio de guerra surto no Tejo, porque a massa queria invadir o Arsenal e matá-lo. O Oficial de Dia ofereceu-lhe hospitalidade na câmara de bordo. Ele recusou, quis da sopa do rancho e comeu uma dose inacreditável, própria de quem estava mesmo esfaimado. Perante o olhar atónito da marinhagem, engoliu umas após outras 3 terrinas da pesada sopa! Depois pediu uma enxerga, deixou-se cair sem sequer tirar as botas, sem querer receber curativos, e dormiu 48 horas! Respeitaram-lhe o sono. E alguém, apiedado, pôs-lhe um cobertor em cima. Quando acordou, passaram-no então para a Penintenciária, onde será tratado como preso comum (fato às riscas e barrete), conforme aconteceu igualmente com muitos outros Oficiais monárquicos que, também revoltosos, para ali tinham ido. A sua chegada ao estabelecimento, sujíssimo, roto, ainda com as feridas por tratar, cheio de sangue coalhado, provocou a emoção consternada de um antigo contemporâneo da Escola do Exército, que na ocasião respondia pela Penitenciária:
- “Ó Costa Pinto!… mas em que estado o vejo!”
Sempre provocador, desdenhando o sinal de simpatia, o Capitão respondeu asperamente, enquanto lhe acudiam às feridas:
- “Você vê-me assim porque eu fui fiel ao Rei e perdi! Você também jurou fidelidade, mas ganhou porque traiu!”

Costa Pinto foi preso e quase linchado. Colocado num navio foi enviado para a Madeira, onde ficou detido no Presídio Militar de Lazareto, tendo sido transferido em Setembro para a Cadeia Nacional de Lisboa.

Libertado dois anos depois, sobreviveu a vender latas de azeite à comissão e depois seguros, o que lhe permitiu restabelecer contactos um pouco por todo o país, voltando a envolver-se politicamente nas eleições de 29 de Janeiro de 1922.

O trabalho na companhia Vacuum Oil devolveu-lhe a estabilidade económica, tendo, no início da Segunda Guerra Mundial, intercedido junto de Oliveira Salazar no sentido de ser permitido o regresso a da rainha D. Amélia a Portugal, de quem foi secretário pessoal entre 1945 e 1951.

Marcello Caetano, atribuiu-lhe a medalha de serviços relevantes em 1946, quando já tinha sido reintegrado na carreira militar com o posto de capitão

…Uma nota de beleza e de humanidade: quando terminado o seu tempo de prisão, o Capitão não descansou enquanto não localizou o Cabo que, com tanto brio e coragem, o salvara. Achou indigno gratificá-lo. Optou por se responsabilizar a pagar-lhe os estudos de uma filha, menina de 7 anos, até ela querer. E assim aconteceu, já ela sendo mulher.

Boa conhecedora das suas idiossincrasias perante o Poder constituído e da sua contundente mordacidade, era raro a Rainha incumbi-lo de, como Secretário, se desempenhar de qualquer diligência com alguém da elite política portuguesa, mesmo muitos anos depois, já em plena “Situação”. Era, sobretudo, “o Aio”: uma companhia e uma assessoria. E alguém que a fazia sentir-se segura e protegida, quase como se um filho fosse.

O Capitão Júlio da Costa Pinto, Secretário e Aio, evitava chegar-se a Salazar; pelo contrário, mantinha-se à distância, parcimonioso, numa atitude militar que nunca perdeu. “Se alguém precisar de mim, que me chame. Eu não tenho nada que lá ir”, costumava dizer. Não gostava de Salazar: achava-o muito vaidoso na conhecida modéstia; entendia-o preocupado acima de tudo em aguentar um regime transitório, sem pensar no futuro; e era de uma ironia cortante quando referia os gerarcas da Situação.

Morte da Rainha D. Amélia

Em 3 de Agosto de 1951, o Capitão Costa Pinto escreve à Dra. Domitilla de Carvalho (do Gabinete de Salazar). Esta escrevera à Rainha D. Amélia em 22 de Julho anterior, sem notícia de maior, a julgar pela simplicíssima resposta do Capitão Costa Pinto, por ordem de D. Amélia.
A Rainha agradecia e mandava acrescentar: “Sua Majestade tem a maior admiração pelo Sr. Presidente do Conselho, Sr. Dr. Salazar, de quem tem tido provas de admiração sentida”.

Na Torre do Tombo, é este o último texto que, embora ditado e indirecto, se encontra da Rainha para Salazar.

D. Amélia sobrevive em grande fraqueza e cansaço depois de 4 de Outubro de 1951, com intermitências. Tem por vezes curtas alucinações, durante as quais “vê” o seu Aio coberto de sangue que lhe “brota” da cara aos borbotões e, confundindo-o com o Príncipe Real D. Luís Filipe no massacre de l de Fevereiro de 1908, agita-se numa grande aflição e pavor: — “Meu querido Luís! Meu querido filho! Estás todo cheio de sangue! O que é que te aconteceu? ! O que foi que te fizeram?!” A solicitude dos presentes procura o mais possível acalmá-la e furtá-la ao reviver sangrento da caçada, como D. Manuel II chamou à chacina. Só o Capitão Costa Pinto consegue melhores resultados. Fala-lhe brandamente. Aos poucos lhe faz ver que não está sangrando, que ele não é o Príncipe Real, passaram muitos anos, e que agora foi tudo um mau sonho de momento, só isso. Ela pára, arfante, vai-se situando de novo na realidade do tempo, mas até a crise passar chora sempre, de novo e com desespero, o filho e o marido, como se estivesse vivendo a tarde fatídica do Regicídio. De uma vez, com o Aio agarrando-lhe as mãos, saltam lágrimas em torrente dos olhos dela, algumas caindo nas costas das mãos do Capitão Costa Pinto. E ele, contava-me quase sem voz, beijou nas suas próprias mãos as lágrimas da Rainha.
Algum pessoal francês da Casa lida mal com essas crises, introduzindo nelas uma beatice estafante. Convencem a velha Senhora de que as “aparições” do filho assassinado são mensagens do “Além”, a pedir que rezem por ele . Esforçam a Rainha a uma sequência interminável de terços por alma do Príncipe Real: “pelo meu filho queridíssimo”, como ela dizia.O Capitão Costa Pinto depara com estas práticas e põe-lhes termo, não sem alguma dificuldade.

Finalmente a Rainha recobra, para morrer, toda a sua lucidez, como
jornais a descrevem.

Em 26 de Outubro de 1951, tratamento de dois diários importantes à agonia e morte da Rainha. Uma comparação:
Em “O Século”, dessa data, na 1ª página, ao alto, a 4 colunas, com 2 fotografias (uma das quais, o último retrato da Rainha), inclui-se a descrição dos seus últimos momentos:

Quote:

“Reclinada nos almofadões, quase sem um gemido: «Sofro tanto!» “Depois, deixando transparecer no rosto uma calma infinita”: «Deus está comigo!». Assim murmurava num português suavíssimo. “Eram quase 9h. e 30m. Nos olhos da sr° D. Amélia havia uma lucidez perfeita”. Instantes depois, abrangendo com o olhar os portugueses e franceses que a cercavam, disse, sempre em português: «Adeus…».

Da morte até ao dia 31 passaram 17.000 pessoas no Castelo de Bellevue, para apresentação de condolências.

No mesmo dia, o Comunicado oficial no “Diário da Manhã”, órgão do Governo, em primeira página, sem fotografia, apenas diz e a 1 coluna.

Quote:

Da Presidência do Conselho recebemos a seguinte comunicação: «Tendo falecido esta manhã em Versailles Sua Majestade a Senhora D. Amélia de Orleans e Bragança, o Governo resolveu que durante três dias os edifícios públicos mantenham bandeira a meia-haste e que o corpo seja oportunamente transferido para Lisboa a fim de ser sepultado no Panteão de S.Vicente, realizando-se então funerais nacionais, para o que vai ser expedido o respectivo, decreto».

Mal teve conhecimento do passamento, diz “O Século”, o Chefe do Protocolo francês, De La Chauvinière, foi ao castelo de Bellevue apresentar condolências em nome do Presidente Auriol e do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman. Genebrier, Prefeito de Seine-et-Oise, representando o Presidente do Conselho e os restantes membros do Governo Francês, apresentou, também, os pêsames aos familiares da Rainha. Ela não queria flores nem coroas no seu funeral em Versailles, pois as achava caras demais num tempo de sacrifícios. Mas isso não evitou que de Portugal chegasse, de avião, um ramo de flores malvas e brancas, dispostas em cruz, colhidas por Salazar(?…) nos jardins da Pena, segundo dizia a imprensa francesa. Seria provavelmente de camélias, flores que D. Amélia outrora adorava contemplar vivas e frescas nos jardins do Palácio. E ficava gratíssima a que com elas a presenteava.

O seu fiel Aio, Capitão Júlio da Costa Pinto, tinha o requinte de lhe levar camélias da Pena sempre que podia. E até morrer, na sua casa da Rua do Século,99, em Lisboa, punha, como tanta vez vi, imprescindíveis camélias junto do último retrato da Rainha, velhinha, onde se podia ler, pela mão já muitíssimo trémula: “Ao Júlio da Costa Pinto, em affectuosa lembrança da sua sempre tão constante e tão leal dedicação. Dona Amélia Rainha”.

Quando um dia, muitos anos depois (finais da decada de 60), o Capitão se fartou de uma vida para ele já sem razão, tentou arranjar munições para a sua velha pistola “Savage”, mas não conseguiu. Tomou então uma dose enorme de barbitúricos. Deixou três vivas mensagens: na cabeceira o retrato da Rainha, com a habitual jarrinha de camélias. Voltada e pousada sobre o peito, uma moldura com a foto de D. Manuel II, também dedicada. Numa cadeira ao lado, a bandeira azul e branca em que queria ser amortalhado. E palavra nenhuma, pois lá achou que não era preciso.
Para sua desgraça, quase 24 horas depois ainda a governanta o apanhou vivo; e levaram-no para um hospital, onde, todo entubado mas lúcido, teve dias de penosa agonia. O Duque de Bragança demonstrava-lhe carinho, e pelo menos um dos Príncipes o visitava constantemente, conforme me noticiava D. Duarte Nuno. Eu, em Lourenço Marques, nada pude fazer, excepto transcrever para uma folha de papel a Cena VI do V Acto do “Cyrano de Bergerac”, de Edmond Rostand, mandá-la pelo correio e pedir a alguém que, com urgência, lha lesse da minha parte. É a cena em que o irredutível combatente do Ideal, ferido e cambaleante no convento da sua amada Roxane, desembainha a espada e enlouquecido desafia o vazio, enquanto proclama que, nesse mesmo dia, a pluma do seu feltro varrerá largamente o Céu azul, pois transporta consigo, puríssimo, o seu “panache”… Foi-me garantido que percebeu e agradeceu.
…Ele saudou os seus Reis mortos, para se despedir. Mas não teve, como Mousinho, a sorte de conseguir fazer logo a “meia volta” e marchar para onde queria.

Júlio da Costa Pinto morreu em 1969, aos 86 anos.

Fonte:
“Salazar e a Rainha”, Fernando Amaro Monteiro

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